27/11/2004

Os instrumentos de Percussão

São instrumentos basicamente rítmicos. O som é produzido por vibrações transversais numa membrana estendida sobre uma cavidade ressoante ou em corpos sólidos.

Podem ser divididos em dois grupos:
- os de som determinado – aqueles capazes de produzir alturas precisas (as notas musicais);
- os de som indeterminado – de altura indefinida, isto é, ruídos.

Entre os primeiros estão: tímpanos, carrilhão, xilofone, celesta, glockenspiel, marimba e vibrafone. No segundo grupo temos o triângulo, pratos, caixa, bombo e outros menos frequentemente usados na orquestra sinfônica, como o pandeiro, o tantã, as castanholas , o agogô, etc...

Tímpanos













Indispensáveis à orquestra, na qual foram introduzidos em 1670, pelo compositor francês Lully, os tímpanos tiveram a sua origem dos “naqqara” árabes, por volta do século XII.

Constituem-se de uma caixa de ressonância feita de madeira ou metal, de formato semi-esférico, com cerca de 60 cm de diâmetro e coberta por uma pele estendida sobre um arco. São percutidos por meio de baquetas, cuja extremidade, arredondada, é revestida de feltro.

Em geral, a orquestra possui de dois a quatro tímpanos, executados por um mesmo instrumentista. São afinados em quartas ou quintas.

Carrilhão











Conjunto de lâminas ou tubos dispostos numa armação e percutidos por uma espécie de martelo, o carrilhão aperfeiçoou-se e difundiu-se no século XVI. A extensão das notas varia muito, não chegando, no entanto, a alcançar mais de 2 oitavas. Possui sons diatônicos e cromáticos.

A percussão também pode ser feita por mecanismo de teclado, recebendo então o nome de celesta. Nesta, as teclas accionam martelos que percutem lâminas metálicas, produzindo um som límpido. Tem uma extensõa de 5 oitavas (dó1 a dó6).

Xilofone








Formado por lâminas de madeira de tamanhos variados, dispostas em fileiras horizontais, o seu alcance varia de modelo para modelo. Os maiores atingem 4 oitavas, a partir do dó médio. É percutido por meio de 2 baquetas, obtendo-se trinados, trêmulos, arpejos e repetição rápida de uma mesma nota.

Outras variantes do xilofone são o glockenspiel, o vibrafone e a marimba. O glockenspiel constitui-se de lâminas de aço dispostas em duas fileiras horizontais, percutidas por uma baqueta, denominada “maceta”. Tem uma extensão de duas oitavas e meia (sol3 a dó6 ou sol2 a dó5).

Derivado, provavelmente, do glockenspiel, o vibrafone surgiu por volta de 1920. Possui lâminas de aço vibradas por martelos também de metal. Sob cada lâmina, há um ressonador operado eletricamente, que amplia e confere maior nitidez ao som. Possui timbre doce e aveludado.

A marimba, de origem africana e desenvolvida na América Central, é um instrumento usado sobretudo pelas orquestras típicas populares de alguns países centro-africanos. Integra, por vezes, o aparato percussivo das orquestrações de alguns compositores contemporâneos. O timbre é um pouco mais grave que o do xilofone. Tem uma extensão de 4 oitavas, começando no dó abaixo do dó médio.

Triângulo








O menor dos instrumentos de orquestra, consiste numa vareta de ferro dobrada em formato de triângulo. É percutido com uma baqueta também de ferro. Os sons emitidos, sempre agudos, podem ser curtos e isolados ou formar uma cadeia semelhante à do trinado, provocada por batidas rápidas e sucessivas.

Conhecido na Europa no século XIV, só foi empregado na orquestra a partir do século XVIII, por Mozart.

Pratos


Derivados dos címbalos, discos metálicos usados no Egito Antigo, foram introduzidos na Europa durante a Idade Média. Medem cerca de 50 cm. de diâmetro e são percutidos com uma vareta ou chocados um contra o outro, podendo então produzir uma sonoridade que se sobrepõe a toda a orquestra.

Quando executados pelo mesmo instrumentista que toca os tímpanos, um dos pratos pode ser fixado a um suporte, fazendo-se que o outro caia sobre ele, por meio de um pedal. Os pratos foram introduzidos na orquestra sinfônica no século XVIII, por Gluck mas foi entre os românticos que o seu uso se popularizou.

Caixa

Assim como os tímpanos e o bombo, a caixa é um instrumento da família dos tambores. Surgiu no século XV, como um desenvolvimento do tamborim, muito utilizado nos regimentos medievais de infantaria.
De formato cilíndrico, feita de latão ou madeira, é revestida de pele de vitela, geralmente apertada por parafusos que regulam o som.
Pode ser de dois tamanhos:
- um maior e mais fundo, com sonoridade mais opaca;
- outro, menor, é circundado por cordas metálicas, que lhe dão sonoridade mais viva e brilhante.

Ambos são percutidos com uma ou duas baquetas de madeira ou com uma escova de arame, quando se quer obter efeitos especiais. Instrumento característicos das bandas militares, a caixa passou a integrar efectivamente a orquestra sinfônica, a partir do Romântismo.

Bombo

É formado por uma caixa circular de madeira ou folha de ferro, coberta na parte superior e inferior por uma pele esticada, apertada nas extremidades por parafusos de pressão.

Distingue-se da caixa pelo tamanho dado ser muito maior e por ser executado em posição horizontal. É percutido por uma baqueta denominada “maceta”. Característico das bandas militares, foi introduzido na orquestra sinfônica por Mozart, em meados do século XVIII.


Pandeireta

Originário do Oriente Médio, constitui-se de um arco de madeira, com ou sem guisos, tendo uma pele esticada na parte central. É agitado com uma das mãos ou percutido. Muito utilizado na música folclórica de alguns países. Também é chamado de “pandeireta”.


Tantã




De origem oriental, é formada por um disco metálico, geralmente de bronze, suspenso, que se faz vibrar, batendo-se com uma baqueta ou martelo, sobre as extremidades ou no centro. Produz som forte e de altura indefinida. Foi introduzido na orquestra sinfônica em fins do século XVIII. Sendo mais utilizado pelos compositores contemporâneos, geralmente em momento de clímax ou para sugerir desespero.

Castanholas


Também de origem oriental, provavelmente fenícia, as castanholas disseminaram-se por Espanha, transformando-se num instrumento típico deste país. Constitui-se de duas peças de madeira, marfim ou ébano, em formato de concha, unidas por uma fita ou cordão, que o instrumentista enrola entre os dedos.

O som é produzido, percutindo-se uma contra a outra. Comum nas orquestrações de compositores espanhóis.

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